O Brasil, além de rico em espécies, também possui uma grande diversidade biocultural, representada pelas comunidades tradicionais e povos indígenas.
Hoje, existem pelo menos 29 categorias de povos tradicionais reconhecidas (Decreto Federal nº 8750/2016), grupos que utilizam o território e recursos naturais como condição para sua reprodução cultural, social e econômica, utilizando práticas e saberes transmitidos de geração para geração.
As comunidades tradicionais são fundamentais para a proteção e valorização da biodiversidade ao longo da história do planeta, pois fundaram e desenvolveram através dos milênios modos tradicionais de vida estabelecidos em harmonia com seus respectivos ambientes.
Esses povos desenvolvem práticas valiosas sobre o uso sustentável dos recursos naturais que perpassam gerações. São exemplos de modos de pesca e caça, conhecimento sobre propriedades medicinais e alimentícias de espécies vegetais, animais e fúngicas.
Elas dependem do uso da biodiversidade para sua subsistência, e nós dependemos da sua atuação para usufruir dos serviços ecossitêmicos prestados pela natureza.
As comunidades tradicionais têm o potencial de proteger grandes áreas biodiversas, pois sua visão de mundo amarra o humano, o natural e o sobrenatural, de forma que sua própria noção de pertencimento ao mundo depende da relação com a "natureza".
Eles protegem a biodiversidade pois entendem melhor que ninguém que eles fazem parte da biodiversidade.
É fundamental investirmos em projetos de proteção das nossas comunidades tradicionais, pois sem essas comunidades, desconheceríamos as grandes potencialidades da nossa biodiversidade!
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