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Rede Amolar - Combate a incêndios e proteção da fauna no Pantanal

  • Foto do escritor: VBIO
    VBIO
  • há 2 dias
  • 3 min de leitura


A Serra do Amolar, localizada no coração do Pantanal, é uma das áreas de maior importância ecológica do Brasil. Reconhecida pela UNESCO como Sítio do Patrimônio Natural Mundial e Área Núcleo da Reserva da Biosfera, abriga uma diversidade única de espécies e ecossistemas.


Em 2020, a região enfrentou uma tragédia ambiental: cerca de 97% de sua extensão foi consumida por incêndios, com uma estimativa de 17 milhões de animais vertebrados perdidos.


Diante desse cenário crítico, o Instituto Homem Pantaneiro (IHP) deu início, em 2021, a uma resposta emergencial com a criação da Brigada Alto Pantanal e a instalação da BARTA (Base de Resgate Técnico Animal). Já no primeiro ano de atuação, os esforços reduziram drasticamente a área queimada para apenas 7%.


O Projeto Rede Amolar chegou ao fim com conquistas relevantes para a conservação ambiental e para a proteção da fauna. A iniciativa teve como foco fortalecer as operações da Brigada e da BARTA, ampliando a atuação na prevenção e combate aos incêndios e no resgate de animais silvestres.


Executado pelo IHP, organização com mais de 20 anos dedicados à preservação do bioma e da cultura pantaneira, o projeto contou com o apoio financeiro do Grupo Celeo, por meio da Jauru Transmissora de Energia, e teve monitoramento técnico, financeiro e de comunicação corporativa realizado pela VBIO.


Pilares da atuação

  • Prevenção de incêndios florestais

A Brigada manteve e abriu aceiros, realizou a limpeza de trilhas e promoveu ações de educação ambiental. Foram feitas 23 vistorias em áreas estratégicas, como a RPPN Acurizal, escolas e comunidades locais. Áreas degradadas foram monitoradas e passaram por processos de reflorestamento, com o plantio de mais de 19 espécies nativas.


  • Combate a incêndios

Utilizando o sistema remoto Panthera, a Brigada monitorou mais de 112 mil focos de incêndio no Pantanal. Na área da Rede Amolar, cerca de 84% dos focos foram controlados com ações diretas, que contaram com o apoio da Marinha e de voluntários.


  • Resgate de fauna silvestre

Animais feridos foram atendidos na BARTA com suporte veterinário especializado. Entre os resgates, destacam-se três filhotes de tuiuiú e um de cateto. Muitos atendimentos contaram com suporte remoto, em tempo real, de biólogos e veterinários, garantindo um manejo seguro e eficiente.


  • Educação ambiental e fortalecimento comunitário

Mais de 600 km de rios foram percorridos pela equipe da Brigada para dialogar com comunidades como Paraguai-Mirim, Aterro do Binega, Barra de São Lourenço e Aldeia Guató. Moradores receberam orientações sobre o uso seguro do fogo e estratégias de prevenção. Em setembro de 2024, foi criada a Brigada Indígena Guató, com 24 membros capacitados para atuar no combate a incêndios e no resgate da fauna. Escolas locais também receberam atividades educativas, aproximando crianças da causa ambiental.


Impactos e aprendizados

A adoção da metodologia MEL (Monitoramento, Avaliação e Aprendizado), conduzida pela VBIO, revelou mudanças significativas tanto no meio natural quanto no social. A redução dos focos de incêndio foi acompanhada de uma maior conscientização comunitária, resultando em um comportamento mais proativo das populações locais, que hoje acionam a Brigada em casos de emergência.


Antes, havia incêndios descontrolados, pouca atuação preventiva, fauna em risco e escasso conhecimento sobre ações de conservação.


Depois, o cenário mudou: houve queda expressiva dos focos, resgates passaram a ser feitos com técnica e segurança, e as comunidades tornaram-se parceiras da proteção ambiental.

Entre os principais desafios enfrentados, destacam-se o difícil acesso às áreas atingidas, os riscos físicos à equipe da Brigada e a carência de equipamentos adequados.


Por outro lado, o projeto abriu espaço para oportunidades valiosas: parcerias estratégicas, fortalecimento da capacitação local e alto nível de engajamento das comunidades.


Encerramento com legado

O Projeto Rede Amolar deixa um legado inspirador: a Brigada Alto Pantanal e a BARTA continuam ativas, enquanto a Brigada Indígena Guató cresce e se consolida como exemplo para outras comunidades do Pantanal.


A VBIO agradece ao Instituto Homem Pantaneiro, ao Grupo Celeo/Jauru Transmissora de Energia e a todas as pessoas envolvidas por transformarem esse projeto em um marco de impacto positivo para a sociobiodiversidade brasileira.


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