top of page

Desenvolvimento comunitário e conservação de espécies nativas no Cerrado

  • Foto do escritor: VBIO
    VBIO
  • há 4 dias
  • 2 min de leitura

Atualizado: há 4 dias



O projeto Frutos do Cerrado nasceu do reconhecimento do imenso potencial socioeconômico e ambiental do bioma, com desenvolvimento no norte de Minas Gerais. Durante 18 meses, juntamente com os extrativistas, unimos esforços para construir uma cadeia de valor justa, que conservasse espécies nativas como o pequi (Caryocar brasiliense) e o coquinho‑azedo (Butia capitata), ao mesmo tempo em que promovesse o desenvolvimento econômico local.


Desde o lançamento, foram cadastrados 104 agroextrativistas em oito municípios e 29 comunidades, superando a meta inicial de 60 produtores. Esse mapeamento inicial identificou 604 hectares de áreas de coleta, estabelecendo as bases para a rastreabilidade e a gestão sustentável das populações das plantas.


A metodologia envolveu três eixos principais.


Assistência técnica e capacitação:


  • 18 reuniões técnicas foram realizadas mensalmente com a equipe do projeto e seus parceiros.

  • 12 oficinas foram ministradas, o que totalizou 138 participantes capacitados em boas práticas de higiene.

  • 106 extrativistas receberam treinamento específico em manejo sustentável.

  • Elaboração de materiais de referência:


Foram desenvolvidos dois manuais técnicos, um dedicado para coleta e manejo do pequi e outro para o coquinho‑azedo. Ambos foram produzidos com base nos saberes tradicionais e conhecimentos científicos, e distribuídos para todo o grupo de produtores.


Investimento em infraestrutura:


Durante o projeto, a Cooperativa Grande Sertão recebeu melhorias no piso e adquiriu equipamentos de beneficiamento, como balanças mecânicas, caixas plásticas, seladoras e uma batedeira de pequi. Novos congeladores expositores contribuíram para ampliar a capacidade de armazenamento de polpas e derivados, que também estendeu o prazo de comercialização dos frutos.


Alguns indicadores mostram impactos na produção e na renda das famílias. É previsto um aumento de até 39% no volume de frutos entregues à cooperativa, comparado ao início das atividades, resultado da padronização das práticas de coleta e beneficiamento. Ainda, por conta do acesso a novos mercados, da diversificação de produtos e da valorização da matéria-prima nativa, estima-se um crescimento de até 65% na renda familiar vinda do extrativismo. 


Mais do que os números, o que realmente importa é a transformação social vivida pelas comunidades. O intercâmbio de conhecimento técnico, a formalização de processos e a organização em cooperativas fortaleceram a autoestima dos extrativistas — especialmente das mulheres, que representam a maioria dos participantes. Depoimentos como o de Naiara Oliveira, que aumentou sua produção de poucas dezenas para 2.000 dúzias de pequi em uma única safra, ilustram bem essa mudança.

Com 244 pessoas capacitadas em práticas sustentáveis e com acesso a manuais de consulta permanente, estabelecemos uma base de conhecimento que pode ser replicada em outras regiões do bioma. As lições aprendidas servirão como referência para futuros programas de sociobioeconomia.


Tudo isso demonstra que o legado do “Frutos do Cerrado” vai além dos frutos colhidos.


Convidamos você a conhecer mais sobre o projeto Frutos do Cerrado e a apoiar iniciativas que unem conservação e desenvolvimento. 


Acesse VBIO.eco para descobrir como colaborar e garantir benefícios duradouros para as pessoas e para o planeta.


Comments


bottom of page