Assista ao vídeo do Guardiões do Pantanal.
O projeto
O projeto “Restaura Caatinga” tem como principal objetivo o fortalecimento da cadeia produtiva da restauração da Caatinga, a partir da disseminação de conhecimento e plantio de mudas nativas.
Assim, espera-se promover um ciclo positivo, a partir da mobilização de atores de interesse e comunidades locais, gerando oportunidades baseadas na conservação do semiárido mais biodiverso do mundo.
Localização
Município de Crateús, no estado do Ceará, região que possui o maior número de Unidades de Conservação do estado, ao mesmo tempo em que aparece como um dos campeões de desmatamento na Caatinga.
As atividades de capacitação foram desenvolvidas na Reserva Natural Serra das Almas, Unidade de Conservação considerada o 1º Posto Avançada da Reserva da Biosfera da Caatinga, junto com as 40 comunidades que vivem na região.
Já a restauração dos ecossistemas florestais ocorreu na RPPN Neném Barros, no Distrito de Monte Nebo. A restauração aconteceu principalmente no entorno da RPPN, visto que essa categoria de UC não possui zona de amortecimento, e o plantio no seu entorno é uma forma de garantir a proteção da biodiversidade, manutenção de corredores ecológicos e evitar o efeito de borda.
Espécies
Foram utilizadas espécies nativas de árvores com potencial para recuperação de áreas degradadas. O consórcio de espécies utilizadas nas atividades de restauração foi definido em conjunto com o Laboratório de Ecologia da Restauração da UFRN, após avaliação das condições ambientais da área a ser restaurada.
Algumas espécies são:
-
Sabiá (Mimosa caesalpiniifolia)
-
Mutamba (Guazuma ulmifolia)
-
Jurema branca (Piptadenia stipulacea)
-
Jurema preta (Mimosa tenuiflora)
-
Angico (Anadenanthera colubrina)
-
Catingueira (Cenostigma pyramidale)
-
Juca (Caesalpinia ferrea)
-
Tamboril (Enterolobium contortisiliquum)
História da comunidade
A Caatinga é permeada por histórias do sertanejo e do semiárido, porém há dificuldades de produzir na terra. Os episódios de seca extrema, as altas temperaturas e a exploração humana têm levado seus ecossistemas à desertificação, e os programas de restauração sofrem com a alta mortalidade de plantas.
Para contornar esse dilema, o Laboratório de Ecologia da Restauração da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, coordenado pela professora Gislene Ganade, desenvolveu uma inovadora técnica de combate à desertificação que utiliza mudas com raízes alongadas para aumentar, em até 70%, a taxa de sobrevivência das espécies plantadas.
A técnica conta com dois (02) projetos pilotos em áreas de até 05 hectares em monitoramento. Hoje, o objetivo é escalonar essa metodologia eficaz, disseminando para atores que tenham participação em grandes processos de restauração, como empresas e empreendimentos que precisem cumprir com reposição florestal e compensação ambiental, e órgãos públicos responsáveis por orientar e fiscalizar esses projetos.
A região escolhida perdeu 18% da sua cobertura vegetal entre 2001 e 2019, e é permeada por RPPNs que não possuem zonas de amortecimento. Além disso, são 40 comunidades e 3.600 famílias vivendo ali, dentre comunidades indígenas, ribeirinhos e assentamentos da reforma agrária, que dependem dos serviços que a natureza presta para sua sobrevivência e têm suas principais atividades econômicas relacionadas à agricultura de subsistência.
Com este projeto, essas comunidades foram envolvidas nos processos de desenvolvimento das atividades, dotando-as de condições para adaptação à semiaridez e promovendo o desenvolvimento local sustentável aliado à conservação da biodiversidade e geração de renda.
Impactos históricos:
2000 - Implantação da Reserva Natural Serra das Almas.
2012 - Implantação da RPPN Neném Barros, onde será desenvolvida a atividade de restauração.
2015 - Laboratório de Ecologia da Restauração da UFRN (LER) recebe o certificado “Dryland Champions Brasil”, honraria entregue pela Organização das Nações Unidas e Ministério do Meio Ambiente.
2016 - Projeto BrazilDry – Implementação do 1º projeto piloto de restauração de 3,5 hectares na Floresta Nacional de Açu com a técnica premiada.
2022 - Formalização do apoio da Serra de Ibiapaba ao projeto “Restaura Caatinga”.
2023 - Plantio de 14.716 mudas em uma área de 15 hectares
2023 - Execução dos cursos de formação de parabotânicos e online de restauração avançada da caatinga
2024 - Plantio de 5.284 mudas em uma área de 5 hectares, e finalização do projeto
Guardiões do Pantanal.
Serra do Amolar, Mato Grosso do Sul – Pantanal
Quem são os guardiões?
Combate e prevenção de incêndios.
Manutenção de aceiros, limpeza de áreas, e combate a focos de incêndio.
Manejo Sustentável e Monitoramento.
Poda sustentável controlada, resgate de animais e monitoramento da área de restauração.
Assista ao vídeo do Guardiões da Caatinga.
Guardiões da Caatinga.
Reserva Natural Serra das Almas, Crateús, CE – Caatinga
Quem são os guardiões?
Atividades do projeto
Promoção do 1º Curso Avançado de Restauração Ecológica da Caatinga
Curso para disseminação do que há de mais moderno e avançado em técnicas para a restauração efetiva de áreas degradadas em regiões semiáridas, para diversos atores que tenham influência e participação na cadeia de restauração, como representantes de ONGs, secretarias do meio ambiente, instituições de pesquisa e setor privado. O curso foi ministrado pela Dra. Gislene Ganade, responsável pelo desenvolvimento da técnica premiada com o certificado “Dryland Champions Brazil” da Convenção das Nações Unidas para o Combate à Desertificação.
Consolidação do Ponto de Treinamento de Coletores de Sementes
Expansão do potencial da Rede de Sementes da Caatinga, colocando em operação a infraestrutura do ponto de treinamento que já existe dentro da Reserva Natural Serra das Almas a partir da atuação de coletores treinados para alimentar projetos de restauração na região com mudas e sementes. Para isso, foi promovida a formação das comunidades do entorno para a coleta e beneficiamento de sementes, e identificação de espécies nativas da Caatinga junto com organizações e comunidades que vivem no entorno da Reserva.
Restauração e/ou enriquecimento de 20 hectares do Bioma Caatinga
Restauração de 20 hectares de ecossistemas da Caatinga dentro e no entorno da RPPN Neném Barros, em Crateús, em um recorte destacado para ser protegido, garantindo a proteção da biodiversidade, manutenção de corredores ecológicos e controle do efeito de borda. A técnica implementada foi desenvolvida pelo Laboratório de Ecologia da Restauração da UFRN, coordenado pela Professora Dra. Gislene Ganade, e consiste no uso de mudas de raízes longas apoiadas por tubos de PVC, e plantio em locais individualmente hidratados, garantindo maiores taxas de sobrevivência mesmo nas piores secas.
2.736
hectares de áreas degradadas com potencial para restauração mapeadas no Ceará.
20
hectares de ecossistemas florestais degradados em processo de restauração na Caatinga.
80
horas de cursos sobre restauração e coleta de sementes ministradas para atores de interesse.
84
atores capacitados, dentre ONGs, setor público e privado, para implementar técnicas inovadoras de restauração da Caatinga
22
agricultores, estudantes, educadores ambientais e multiplicadores das comunidades do entorno da RNSA capacitados para coleta e beneficiamento de sementes.
40
famílias indiretamente beneficiadas pela promoção de serviços ecossistêmicos ofertados pelos ecossistemas restaurados da região e pela geração de renda em torno do cilco da restauração.
80%
de taxa de sobrevivência das mudas com a técnica inovadora, em comparação aos 50% atingidos na média para a técnica convencional