top of page
mulheres-do-cerrado1.jpg

Projeto em Execução  |  Empoderamento Feminino

Mulheres conservando o Cerrado

O projeto

O projeto tem o objetivo de fomentar e capacitar as mulheres agroextrativistas para o manejo sustentável da biodiversidade do Cerrado (baru - Dipteryx alata, pequi - Caryocar brasiliense, favela - Dimorphandra mollis, babaçu - Attalea speciosa e jatobá - Hymenaea courbari), promovendo a sua autonomia financeira; e contribuindo para a organização social e política dessas mulheres nas causas extrativistas, e para a conservação da biodiversidade.

Localização

O projeto será realizado no bioma Cerrado, abrangendo comunidades agroextrativistas localizadas em 15 municípios nos estados de Goiás e Minas Gerais.

Tanto o nordeste goiano como o norte mineiro são regiões que possuem Índices de Desenvolvimento Humano abaixo dos respectivos estados, figurando entre as últimas em termos de PIB, oportunidades de emprego e qualificação, e acesso à infraestrutura, sendo que dos 10 municípios mais pobres de Goiás e Minas Gerais, seis (06) e nove (09), respectivamente, estão nessas regiões.

Essas são regiões que representam um mundo mais rural do que urbano, visto que a fronteira agrícola nos estados seguiu nessas direções com maior vigor, tornando-se as últimas no processo intenso de uso e ocupação do território. Nesse contexto, há uma necessidade de mais investimentos que possam corrigir as desigualdades regionais e sociais, e o projeto se torna um importante instrumento para reduzir as assimetrias criadas ao longo dos anos. 

Espécies

O projeto irá focar no manejo sustentável de cinco espécies de relevante importância econômica e cultural e nativas do Cerrado: 

  • Baru (Dipteryx alata):  Árvore frutífera conhecida por seus frutos ricos em proteínas e óleo, utilizados na alimentação humana e na produção de cosméticos.  

  • Pequi (Caryocar brasiliense): Árvore cujos frutos são utilizados na culinária regional e na produção de óleo comestível. 

  • Favela (Dimorphandra mollis): Árvore que produz sementes de alto valor medicinal, sendo utilizadas na produção de fitoterápicos e cosméticos naturais. 

  • Babaçu (Attalea speciosa): Uma palmeira de grande importância socioeconômica para comunidades agroextrativistas, da qual se utilizam os frutos para a produção de óleo, fibra e alimentos. 

  • Jatobá (Hymenaea courbaril): Uma árvore de madeira nobre, cujas sementes são utilizadas na alimentação humana e animal. 

História da comunidade

As comunidades agroextrativistas do Cerrado possuem uma longa história de convívio e conexão com os recursos naturais do bioma. Ao longo das gerações, essas comunidades acumularam saberes sobre as espécies nativas e desenvolveram práticas de manejo sustentável. No entanto, as mulheres agroextrativistas frequentemente enfrentam desafios para o seu protagonismo dentro das comunidades, como a desvalorização de seus saberes tradicionais e a dependência financeira de seus maridos.

 

Muitas espécies nativas do Cerrado possuem relevante importância econômica, tornando-se uma fonte de renda essencial para as comunidades rurais locais. Contudo, a situação atual é marcada por uma escassa autonomia e participação feminina no processo de comercialização desses produtos. Após a colheita das matérias primas, as mulheres perdem espaço para os homens, que assumem a liderança na comercialização dos produtos, determinando tanto os preços quanto as condições de negociação. Isso faz com que seu papel produtivo seja pouco valorizado dentro das comunidades, tornando-as muitas vezes, dependentes financeiras de seus maridos. 

As mulheres possuem uma perspectiva multidimensional do uso das espécies – desde saúde, alimentação e bem-estar – e têm uma profunda relação com os elementos manejados dentro dos ecossistemas. Por isso, acredita-se que, ao fortalecer os processos de qualificação e protagonismo feminino, teremos práticas de manejo mais sustentáveis, estimulando a conservação da biodiversidade e manutenção de conhecimentos ancestrais ao longo das gerações. 

O projeto busca resgatar e valorizar esses saberes tradicionais, fortalecendo o protagonismo feminino e promovendo a autonomia financeira das mulheres. 

Impactos históricos:

2000 — Constituição do CEDAC 

2001 — Criação da marca coletiva “Empório do Cerrado”, que resultou na inclusão da farinha de baru na alimentação escolar. 

2003 — Implementação do Centro Nacional de Agroecologia, em parceria com a Embrapa, Agência Ambiental/GO e o MMA. 

2011 — Início de um projeto junto ao MDA para a implantação da certificação orgânica. 

2014 — CEDAC é credenciado como Organismo Participativo de Avaliação da Conformidade Orgânica pelo MAPA. 

2023 — Lançamento do Projeto Mulheres do Cerrado, em parceria com a Avon 

Nome completo:

Mulheres conservando o Cerrado.

Duração:

12 meses.

Bioma:

Cerrado.

Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS):

Atividades do projeto

Promover a participação comunitária a partir de reuniões de mobilização, organização e avaliação do projeto 

Reuniões de mobilização e organização nas comunidades:  

São reuniões conduzidas nos municípios e comunidades onde o projeto será executado, com o objetivo de apresentar as atividades e parceiros, e engajar as famílias a participarem, destacando os benefícios e oportunidades que serão oferecidos. Além disso, são formados os núcleos comunitários, liderados por mulheres selecionadas de forma participativa, para fortalecer a organização e a participação das agroextrativistas. 

Capacitar mulheres agroextrativistas em práticas de manejo, uso, conservação e pré-beneficiamento das espécies nativas do Cerrado 

Oficinas sobre manejo sustentável e certificação orgânica participativa: 

Como forma de construir conhecimento e qualificar a mão-de-obra feminina, serão oferecidas oficinas de 8 horas sobre o pré-beneficiamento, manejo sustentável e práticas de uso e conservação das espécies; assim como sobre o processo de certificação orgânica participativa.  


Intercâmbio e capacitação em Centro de Vivência Comunitária Agroecológica: 

Como forma de aprofundar o conhecimento e estimular a troca de experiências, será realizado um dia de intercâmbio com 90 mulheres agroextrativistas no Centro de Vivência Comunitária Agroecológica. Nesse espaço, as mulheres agroextrativistas terão a oportunidade de conhecer práticas agroecológicas inovadoras, dialogar com especialistas e compartilhar suas próprias experiências. Essa vivência contribuirá para aprimorar suas habilidades e fortalecer o manejo sustentável no contexto do Cerrado. 

Assessorar as mulheres agroextrativistas para a organização da cadeia produtiva dos produtos da sociobiodiversidade, e investir na sua inserção em cooperativa

Organização socioprodutiva e monitoramento participativo do manejo do baru:

Essa atividade envolve a parceria com a Coopcerrado, que irá organizar, junto com as mulheres agroextrativistas, a coleta dos frutos, o armazenamento, transporte, industrialização e comercialização dos produtos oriundos das espécies utilizadas pelas comunidades. As mulheres escolhidas como monitoras ficarão a cargo de todos os processos de conferência e avaliação das atividades, informando a quantidade coletada e produzida por cada família. 

Já o monitoramento participativo do baru será feito através da aplicação de um sistema de levantamento e marcação das mudas desta espécie com lacres numerados, com o objetivo de identificar as plantas utilizadas nos processos de produção orgânica. As áreas monitoradas durante o manejo serão catalogadas pelas agroextrativistas responsáveis (monitoras) em caderneta específica de campo, avaliando a capacidade produtiva e a sazonalidade da espécie com relação ao manejo sustentável.  


Enriquecimento das propriedades certificadas:

Serão realizadas visitas técnicas às propriedades das mulheres, para acompanhar o processo de enriquecimento das áreas produtivas com plantio de mudas de espécies florestais. Durante as visitas, serão avaliadas as condições de solo, assim como repassadas orientações às agricultoras.  

200

mulheres capacitadas em práticas de manejo, uso, conservação e pré-beneficiamento das espécies nativas do Cerrado;

200

propriedades certificadas para produção orgânica, garantindo a qualidade e o valor agregado aos produtos;

10.000

mudas de baru plantadas nas propriedades, com o objetivo de garantir um estoque futuro de matéria-prima, reduzindo a pressão sobre os ecossistemas do Cerrado.

Impactos do

projeto

Realização

Avon

A Avon faz parte do grupo Natura&Co, um dos maiores grupos de beleza do mundo, e tem o propósito de empoderar mulheres e promover a sua independência financeira. Com o objetivo de ser a melhor empresa de beleza do mundo e para o mundo, a Avon possui uma política de sustentabilidade que foca no compromisso com a vida, endereçando problemas sociais como igualdade e inclusão, e ambientais como as crises climáticas e perda da biodiversidade.

CEDAC

Constituído em 2000, com o propósito de assessorar comunidades rurais do Cerrado para a superação da pobreza e da injustiça social, por meio da valorização do saber-fazer destas comunidades sobre o Território - Bioma - Cerrado. A Rede de Comercialização Solidária mobilizada pelo CEDAC, cujos princípios saem do Centro Nacional de Agroecologia, viabiliza o desenvolvimento de práticas sustentáveis nos cerrados, com agregação de valor a produtos voltados para alimentação, medicamentos, cosméticos, entre outros.

VBIO.eco

Plataforma de bioeconomia que viabiliza projetos de valorização da biodiversidade brasileira. Conta com uma equipe multidisciplinar com mais de 12 anos de experiência em gestão de projetos e comunicação corporativa. Sua atuação já viabilizou a operação de 23 projetos de valorização da biodiversidade, e criou uma rede de mais de 500 organizações e empresas atuantes na causa socioambiental. 

bottom of page