top of page
cumbaru.jpg

Projeto em Execução  |  Empoderamento feminino

Cumbaru

O projeto

Fomentar e capacitar as mulheres extrativistas pantaneiras para o manejo sustentável do cumbaru (Dipteryx alata), promovendo a sua autonomia na comercialização dos produtos, contribuindo para a organização social e política dessas mulheres nas causas extrativistas e para a conservação da biodiversidade. 

Localização

O Pantanal representa diversos ecossistemas, desde as áreas alagadas, até os cerradões, as veredas, as matas semidecíduas, entre outras. Porém, toda essa riqueza natural tem sido ameaçada pela ação humana, incluindo o desmatamento, queimadas e poluição.

Os municípios de Poconé e Barão de Melgaço, no Mato Grosso, localizam-se nesse centro de biodiversidade natural, étnica e cultural, cujas populações são descendentes principalmente, de povos indígenas, quilombolas e ribeirinhos. Com forte influência da cultura pantaneira e da relação de respeito com o meio ambiente, muitas mulheres desempenham papéis significativos nas comunidades rurais, tanto no âmbito familiar, em atividades econômicas como a pesca, o artesanato e o turismo local, como na proteção da cultura natural local.

Espécie: Cumbaru (Dipteryx odorata) 

Dentre a grande diversidade de espécies encontradas no Pantanal, o cumbaru assume um papel importante pois é uma espécie altamente versátil, muito consumida pelas comunidades tradicionais.

 

Seus frutos são conhecidos popularmente por oferecer uma polpa adocicada e uma castanha que pode ser consumida naturalmente, embora seja recomendada a sua torra. O óleo extraído tem uso alimentício, medicinal no tratamento de reumatismo, e pode ser utilizado como aromatizante. 

A castanha é bastante nutritiva e rica em proteínas e minerais como potássio, cálcio, fósforo, ferro e manganês. Além disso, o plantio da espécie é indicado para recuperação de áreas degradadas. 

História da comunidade

Nos municípios de Poconé e Barão Melgaço, a abundância do cumbaruzeiro fez com que ele se tornasse uma fonte de renda para as famílias pantaneiras, sendo que as mulheres quilombolas, agricultoras familiares, assentadas e pantaneiras aquelas que trabalham majoritariamente na coleta do cumbaru. 

Porém, o cenário existente hoje é de pouca autonomia e participação das mulheres na etapa de comercialização dos seus produtos, sendo que após a coleta do fruto para obtenção das sementes, as mulheres perdem espaço para os homens, que realizam a comercialização dos produtos, definindo o preço e as condições de vendas.  

Hoje, as mulheres comercializam a sua produção (semente in natura) a R$ 0,60 o quilo, geralmente para cooperativas que, posteriormente, contratam a sua mão-de-obra para procederem com a quebra, e comercializam o produto final a R$ 25,00 o quilo. O problema é que esse valor agregado ao produto não retorna para a mulher, que recebe apenas uma diária de trabalho para atuar na quebra. 

O Projeto Cumbaru visa contribuir para a resolução desse cenário, investindo no fortalecimento do processo de beneficiamento do cumbaru em farinhas, bolos, amêndoas, por meio da capacitação e fomento à criação de uma associação formal apenas de mulheres, que oferecerá apoio às mulheres extrativistas no acesso a mercados formais e venda direta para empresas.  

Essas mulheres são agricultoras familiares, assentadas e pantaneiras, sendo todas extrativistas, e serão empoderadas pelo projeto, que pretende promover a participação plena e efetiva das mesmas e a igualdade de oportunidades para a liderança em todos os níveis de tomada de decisão na vida política, econômica e pública.

Impactos históricos:

1998: Fundação da Associação de Produtores Rurais da comunidade Nossa Senhora de Lourdes, na comunidade tradicional José Alves. 

2017: O Pantanal sofreu a maior seca dos últimos 47 anos, que afetou significativamente a fauna e flora da região, além das atividades econômicas que dependem dos recursos naturais. 

2018: O Pantanal sofreu com uma das maiores ondas de incêndios já registradas, que consumiu grande parte da vegetação nativa, além de causar prejuízos para as atividades econômicas e a saúde da população.  

2018: Formalização do apoio ao projeto pela Avon. 

2020: O Pantanal volta a sofrer com incêndios florestais, que dizimas as hortas e lavouras das comunidades rurais.  

2023: Projeto “Cumbaru” entra em operação 
Abril/2023: primeiras reuniões de apresentação do projeto aos grupos de mulheres e criação do núcleo gestor. 

Maio/2023: oficinas locais sobre gestão de associações 

Nome completo:

Projeto Cumbaru: Protagonismo das mulheres pantaneiras extrativistas na cadeia produtiva de frutos nativos do Pantanal.  

Duração:

12 meses.

Bioma:

Pantanal.

Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS):

Atividades do projeto

Objetivo específico 1: Formar, pelo menos, uma (01) associação formal de mulheres agroextrativistas

Serão conduzidas oficinas locais sobre gestão das associações para explicar a importância do Estatuto Social e apresentar modelos de organização para as mulheres; além de um encontro regional para a Assembleia de Constituição da associação. 

Por fim, com a consultoria especializada, será iniciado o processo de registro dos documentos da associação em cartório e solicitação do CNPJ. 

Objetivo específico 2: Capacitar as mulheres, fomentando a sua autonomia para venda de produtos extrativistas, sem necessitar de intermediários

Serão conduzidas oficinas locais e regionais sobre gestão e desenvolvimento de cadeias produtivas, e noções básicas de contabilidade para a qualificação do trabalho das mulheres de ambos os municípios.  

Objetivo específico 3: Construir propostas de políticas e de leis voltadas às mulheres e ao uso da biodiversidade regional

Inicialmente, será construído um escritório no município de Poconé, que será a sede da associação de mulheres, e onde elas irão conduzir reuniões com atores estratégicos para discussão sobre políticas públicas para o extrativismo vegetal no Pantanal.  

Também será custeada a logística para participação de representantes das mulheres em eventos importantes sobre o tema em Brasília e Montes Claros, intercambiando experiências com cooperativas e associações já atuantes na área. 

01

Associação de mulheres pantaneiras formada;

30

mulheres pantaneiras capacitadas e prontas para a atuação na ponta da cadeia produtiva do Cumbaru;

01

nova política pública proposta sobre o extrativismo dos frutos nativos do Pantanal;

65

metros quadrados de estrutura de escritório construído para a operacionalização das associações.

Impactos do

projeto

Realização

Avon

A Avon faz parte do grupo Natura&Co, um dos maiores grupos de beleza do mundo, e tem o propósito de empoderar mulheres e promover a sua independência financeira. Com o objetivo de ser a melhor empresa de beleza do mundo e para o mundo, a Avon possui uma política de sustentabilidade que foca no compromisso com a vida, endereçando problemas sociais como igualdade e inclusão, e ambientais como as crises climáticas e perda da biodiversidade.

Associação de Produtores Rurais de Nossa Senhora de Lourdes

A Associação de Produtores Rurais da comunidade Nossa Senhora de Lourdes foi criada 1998, na comunidade tradicional José Alves, no Mato Grosso. A organização, que congrega agricultores familiares, assentados e pantaneiros, tem por objetivo prestar serviços que possam contribuir com o fomento e a racionalização do manejo agropecuário e a melhoria das condições de vida dos seus associados.

VBIO.eco

Plataforma de bioeconomia que viabiliza projetos de valorização da biodiversidade brasileira. Conta com uma equipe multidisciplinar com mais de 12 anos de experiência em gestão de projetos e comunicação corporativa. Sua atuação já viabilizou a operação de 23 projetos de valorização da biodiversidade, e criou uma rede de mais de 500 organizações e empresas atuantes na causa socioambiental.

bottom of page